Sou um amante de livros, tenho verdadeira paixão por literatura. Acredito que ao ler um livro você

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Sou um amante de livros, tenho verdadeira paixão por literatura. Acredito que ao ler um livro você faz uma viagem por mundos desconhecidos, mundos a serem descobertos.Este blog tem como objetivo a troca de informação literaria, a troca de conhecimento sobre livros. O blog tem em sua maxima, indicar e receber em suas paginas indicações de livros. Formando assim um forum literario de debate e incentivo a leitura. De sua sugestão, sua indicação...vamos fazer da leitura um prazer em nosso cotidiano.

domingo, 29 de agosto de 2010

Óvnis - Matrix - Deus - Reencanação


A maioria dos cientistas não acredita em nenhuma dessas coisas. Mas então por que a ciência tem tanta dificuldade em provar que elas não existem
por Salvador Nogueira.

Todo ano, na Inglaterra, é realizado um "acampamento para ateus" - onde crianças e jovens participam de palestras e debates sobre ciência. A principal gincana desse evento, que até já foi tema de uma reportagem da SUPER, gira em torno de dois unicórnios invisíveis - que vivem no acampamento e não podem ser vistos, ouvidos, tocados ou cheirados. Ganha quem conseguir provar que eles não existem. Fácil, você dirá. É claro que unicórnios não existem, muito menos os invisíveis. Mas, ano após ano, ninguém do acampamento consegue provar esse óbvio ululante. Substitua os tais unicórnios por outras ideias que costumam ser rechaçadas por muitos cientistas, como a existência de Deus, Matrix e visitas de aliens à Terra, e você chegará ao mesmo impasse: se os cientistas têm tanta certeza de que essas coisas não existem, por que então não conseguem provar que estão corretos?

O problema está no chamado "método científico" - que é adotado por todos os pesquisadores e foi proposto por Galileu Galilei no século 16. Em vez de simplesmente especular sobre as coisas, como se fazia até então, ele criou um procedimento mais rigoroso. São 4 etapas (veja acima), e só passando por todas é possível chegar a uma conclusão irrefutável. Só que a ciência, mesmo com todos os seus avanços, às vezes ainda tropeça em alguma delas. E o mesmo rigor racional que permitiu confirmar as verdades mais fundamentais do Universo, como as leis da física, torna impossível provar que determinadas crenças são falsas. Vire a página para saber por quê.
O método científico
Quer provar algo? Veja as etapas que é preciso atravessar.

1. Observação - Olhe o mundo e perceba alguma coisa notável, digna de análise. Precisa ser um fato concreto.

2. Pergunta - Escreva uma pergunta sobre esse fato. Por exemplo: o que ele é? Quais são suas causas?

3. Hipótese - Baseando-se no conhecimento científico atual, imagine a provável resposta dessa pergunta.

4. Experiência - Faça um teste em circunstâncias controladas. O resultado vai confirmar ou negar a hipótese.

5. Conclusão - Sim/Não


Coisas que a ciência não consegue provar
CONDIÇÃO ATENDIDA - Etapas superadas pelos cientistas.
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - Momento em que a análise empaca.


Quando a gente morre acabou
CONDIÇÃO ATENDIDA - 1. Observação
CONDIÇÃO ATENDIDA - 2. Pergunta
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - 3. Hipótese
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - 4. Experiência

O corpo humano é feito de células. Quando elas morrem, você morre. Não existe alma nem reencarnação. Essa é a visão científica tradicional. Mas bilhões de pessoas acreditam em vida após a morte. Elas estão erradas? Não há como garantir que estejam. O fato é que a ciência não consegue provar que alma e reencarnação não existem, por um motivo simples: como testar algo que não deixa evidência palpável? Até hoje, ninguém conseguiu encontrar ou medir a alma das pessoas. E olha que isso já foi tentado. Em 1907, o médico americano Duncan MacDougall pesou 6 pacientes antes e depois da morte. Ele achava que, se a alma existisse, quando a pessoa morresse, ela sairia do corpo, deixando o cadáver com um peso menor que o indivíduo tinha quando estava vivo. MacDougall comprovou sua teoria. Mas, como ele mesmo admitiu depois, duas das medições estavam erradas - e um cadáver voltou a recuperar o peso. Novos testes foram feitos nas décadas seguintes, mas nunca provaram a tese. Estudos mais recentes sugerem que o cérebro pode gerar alucinações, em que a pessoa sai do próprio corpo, durante a morte (leia na página 22). Mas só porque a nossa mente cria ilusões de alma não quer dizer que ela de fato não exista. Sem testar a reencarnação em laboratório, é impossível provar que ela não é real.


Deus não existe
CONDIÇÃO ATENDIDA - 1. Observação
CONDIÇÃO ATENDIDA - 2. Pergunta
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - 3. Hipótese
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - 4. Experiência

Esta o biólogo inglês Richard Dawkins, um dos principais cientistas do mundo e líder de várias campanhas ateístas, adoraria dizer que pode provar. Afinal, dizer que alguma coisa acontece "por causa de Deus" é inadmissível para cientistas como ele. Porque essa é uma afirmação que, no fundo, realmente não explica nada. Mas é impossível provar que Deus não existe, porque o método científico só consegue testar a validade de hipóteses que, em tese, possam ser refutadas com provas. Se você levantar uma hipótese como "a Terra é quadrada", por exemplo, pode testá-la mandando uma nave espacial fotografar o planeta. É uma prova objetiva. Já com a existência de Deus, não é assim. Como conseguir provas? Onde procurá-las? Mesmo se fosse possível criar um teste para medir a existência de Deus, ele poderia optar por não aparecer - ou simplesmente fingir que não estava lá.

O problema para os pesquisadores é que a ciência, ao contrário da Igreja, não prova as coisas pela negativa. Quando o Vaticano quer provar um milagre, usa a ausência de provas em contrário - obtém laudos de cientistas dizendo que eles não conseguem explicar aquele fato. "Se os peritos afirmam que a ciência não pode explicar o acontecido, aquilo passa a ser reconhecido como intervenção divina", explica Luiz Carlos Marques, especialista em história religiosa da Universidade Católica de Pernambuco.

O método científico não funciona assim. Como os cientistas costumam dizer, a inexistência de provas não é uma prova de inexistência. A única coisa que a ciência pode fazer é afastar Deus do nosso dia a dia, explicando o Universo e as coisas de forma lógica e racional em vez de atribuí-las a fenômenos sobrenaturais. Mas daí a dizer que Deus não existe, vai uma enorme distância. E, se Richard Dawkins não gostar, sempre pode tirar as calças e pisar em cima.


Óvnis não são reais
CONDIÇÃO ATENDIDA - 1. Observação
CONDIÇÃO ATENDIDA - 2. Pergunta
CONDIÇÃO ATENDIDA - 3. Hipótese
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - 4. Experiência

Normalmente, quando alguém aparece com uma suposta foto de disco voador, o especialista consultado costuma ser um astrônomo. Eles conseguem refutar a esmagadora maioria das supostas aparições de óvnis (geralmente fraudes ou ilusões de ótica). Mas não conseguem descartar totalmente a questão. Tudo por causa do método científico. Quer ver? A primeira etapa, observação, transcorre sem qualquer dificuldade: existem, afinal, aparições de óvnis a ser estudadas. A segunda etapa, pergunta, também rola sem problemas. Basta formular a questão "as visitas de extraterrestres à Terra são reais?" Depois vem a hipótese: essas visitas não são reais porque as imagens são fraudes, ou apenas ilusões - existem certos fenômenos atmosféricos que podem produzir efeitos semelhantes aos de óvnis. Até aí, tudo bem.

O problema vem na etapa seguinte, a experiência. Não é possível fazer um experimento controlado com ETs. Nem sequer podemos prever quando os supostos discos voadores vão aparecer no céu. Sem experiência, não há conclusão - e não se prova nada.

Se os aliens apenas deixassem um sinal físico de sua existência - um pedaço de nave, que pudesse ser testado em laboratório para provar sua origem extraterrestre -, a questão voltaria ao alcance da ciência. "O mais frustrante é que, mesmo após milhares de avistamentos de óvnis, nenhum produziu evidências físicas que pudessem levar a resultados reprodutíveis em laboratório", diz o físico Michio Kaku, da Universidade da Cidade de Nova York.


Não vivemos na Matrix
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - 1. Observação
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - 2. Pergunta
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - 3. Hipótese
CONDIÇÃO NÃO ATENDIDA - 4. Experiência

O filósofo francês René Descartes, no século 17, estabeleceu as bases do racionalismo. Ele começava duvidando de tudo, e depois ia restabelecendo as verdades com base na razão. As 3 conclusões a que chegou, que serviram de base a todo o resto, são bastante conhecidas: "Penso, logo existo", "Deus existe" e "o mundo existe". É sempre chato desapontar um gênio como Descartes, mas é muito difícil justificar cientificamente essas conclusões. Começando pela que talvez pareça mais óbvia: o mundo existe. O que nos garante que o mundo existe de verdade - e não é apenas uma simulação criada por computadores ou pelos nossos sentidos, como no filme Matrix? Nada. É impossível provar cientificamente que essa ilusão, a Matrix, não existe. E isso acontece porque o método científico é freado já em sua primeira etapa: a observação. Nós observamos o mundo a partir dos nossos sentidos: visão, olfato, paladar, tato e audição. Só que eles nos enganam. Se estamos assustados, por exemplo, podemos ouvir barulhos que não existem. E, principalmente, não temos acesso direto à realidade - nossas sensações são produzidas pelo cérebro, que recebe e interpreta sinais e transforma o resultado em algo acessível pela consciência. Ora. Se o ser humano não consegue observar o mundo sem passar por esse filtro, não tem como provar se ele é real ou apenas uma ilusão. "E se a nossa civilização atingisse um estágio pós-humano [muito avançado] e começasse a rodar simulações de épocas anteriores? Como podemos saber se não estamos numa dessas simulações?", pergunta o filósofo Nick Bostrom, da Universidade de Oxford. Ele tem razão. Cientificamente, nada garante que não estejamos vivendo dentro da Matrix.

Clássico!! A Vida ao Contrario!! CHAPLIN


"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?"

Charles Chaplin

Uma Bela Oração!!


Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO, mesmo eu sabendo que as rosas não falam.

Que eu não perca o OTIMISMO, mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre.

Que eu não perca a vontade de VIVER, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...

Que eu não perca a vontade de ter grandes AMIGOS, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...

Que eu não perca a vontade de AJUDAR as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.

Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia.

Que eu não perca a VONTADE de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim...

Que eu não perca a LUZ e o BRILHO no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo, escurecerão meus olhos...

Que eu não perca a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos.

Que eu não perca a RAZÃO, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.

Que eu não perca o sentimento de JUSTIÇA, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.

Que eu não perca o meu forte ABRAÇO, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...

Que eu não perca a BELEZA e a ALEGRIA de ver, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos e escorrerão por minha alma...

Que eu não perca o AMOR por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia.

Que eu não perca a vontade de doar este enorme AMOR que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado.

Que eu não perca a vontade de ser GRANDE, mesmo sabendo que o mundo é pequeno... E acima de tudo...

Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente, que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois.... a vida é construída nos sonhos e concretizada no amor!
chico xavier

domingo, 22 de agosto de 2010

Palavras


"Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um 'sim' ou um 'não' pode mudar toda a nossa existência."
Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei

"Existem derrotas, mas não existe o sofrimento. Um verdadeiro guerreiro sabe que ao perder uma batalha está melhorando sua arte de manejar a espada. Saberá lutar com mais habilidade no próximo combate."
Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei

"Quando todos os dias ficam iguais, é porque deixamos de perceber as coisas boas que aparecem em nossas vidas."
O Alquimista

"Existem pessoas que acostumam-se com seus próprios erros, e em pouco tempo confundem seus defeitos com virtudes."
Brida

"Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia."
Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei

"É preciso correr riscos, seguir certos caminhos e abandonar outros. Nenhuma pessoa é capaz de escolher sem medo."
Brida

"Julgar-se pior que os outros é um dos mais violentos atos de orgulho, porque é usar a maneira mais destrutiva possível de ser diferente."
Brida

"O primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas têm tempo para tudo. As que nada fazem estão sempre cansadas."
O Diário de Um Mago


"Tudo que é novo incomoda. A vida nos pega desprevenidos e nos obriga a caminhar para o desconhecido mesmo quando não queremos, quando não precisamos."
Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei
"Somos responsáveis por tudo que acontece neste mundo. Somos os Guerreiros da Luz. Com a força do nosso amor, de nossa vontade, podemos mudar o nosso destino, e o destino de muita gente."
As Valkírias

"Nada na vida é completamente errado. Até um relógio quebrado, duas vezes ao dia está marcando a hora certa."
Brida

O Que Você Perguntaria a Deus???


Um cenário limpo. Fundo azul. Deus fala para a câmera.

"Meus filhos, boa noite. Eu sou Deus Vosso Senhor. Se me permitem a imodéstia, acho que não preciso me apresentar. Meu currículo é conhecido de todos. Criador do céu e da terra, etc. A minha vida é um livro aberto, e se chama Bíblia. Minha assessoria me advertiu que estaria havendo uma certa falta de comunicação entre nós e que existiriam algumas dúvidas sobre o meu trabalho, os meus métodos - enfim, sobre qual é a de Deus, afinal. Por isto, optamos por este formato de uma conversa descontraída, sem trovões, sem relâmpagos, sem efeitos especiais ou anjos com clarins, apenas um papo informal entre Criador e criaturas.

Antes de mais nada, quero esclarecer que, ao contrário do que alguns jornais andaram publicando, escolhi a Globo para falar com vocês do Brasil por uma razão muito simples, que não tem nada a ver com ibope, cachê, favoritismo ou qualquer prevenção com o Ratinho. É que o dr. Roberto foi o único que me contatou diretamente.

E aqui estou eu para responder às suas perguntas. Sei que muitas vezes o que eu faço parece incompreensível. Quantas vezes você não se perguntou por que eu fiz isto ou aquilo, não é verdade? Quantas vezes, quando estragou o ar condicionado no cinema ou o filme saiu de foco, você não olhou para o alto e disse "Ó, Deus!", cobrando uma providência divina? Quantas vezes você se perguntou por que existem os desastres naturais, e a caspa, e aquele nervinho da carne que fica preso entre os dentes, e o Sérgio Naya, e os alarmes de carro que disparam e não aparece ninguém para desligar, e a colher que cai dentro do molho e depois lambuza a mão, e a doença, e a morte, e o IPMF? Por que alguns tiram a sena acumulada e eu não ganho nem rifa? Qual é a de Deus, afinal? Pensam que eu não sei? Eu sei de tudo. Sei o que você pensa a cada minuto. Pelas minhas costas ninguém fala!

Posso responder a todas as suas perguntas. O caso do "El Niño", por exemplo. Como todos sabem, o tempo é o maior problema da minha administração. Requer uma organização imensa, difícil de controlar, e os encarregados nem sempre estão à altura das suas tarefas. Mantenho o São Pedro na chefia do setor porque foi um dos nossos primeiros companheiros, mas há muito ele perdeu seu interesse no trabalho e o resultado é que o clima do mundo está essa confusão. Estamos tentando melhorar, no entanto, e pensando, inclusive, em terceirizar o serviço, e em pouco tempo tudo voltará ao normal. Aproveito a oportunidade para dizer que são infundadas as notícias de que um meteorito se chocará com a Terra em breve e a destruirá. Não temos nenhum plano de acabar com a Terra num futuro próximo, inclusive porque ela tem um grande valor sentimental para nossa família.

Selecionei algumas cartas para responder no ar. A Ivani, de Londrina, Paraná, me pede para arranjar um encontro dela com o Fábio Junior. Ivani, acho que você não pegou bem o espírito do programa. E o Leôncio, de Santo Antônio, no Rio Grande do Sul - velho Antônio - escreve: "Gostaria que o Senhor explicasse para que existem as unhas do pé." Aí está, uma pergunta objetiva e séria. Para que servem as unhas do pé. Deixa ver. As unhas do pé, por que eu criei as unhas do pé... Faz tanto tempo... Mas vejo que o nosso tempo está se esgotando. Mandem as suas cartinhas! Tentarei explicar todos os meus atos numa linguagem acessível, sem tecnicalês, que qualquer leigo pode entender. Se preferir telefonar, o prefixo do céu é 02, porque 01 são os Estados Unidos. Só não atenderei se estiver em reunião. Ou então usem meu e- mail, Poderosíssimo@com.ceu.

Até a próxima, e fiquem comigo."

Luis Fernando Verissimo

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Paulo Coelho, Seu Novo Livro, Ele Comenta...


Entre Ekaterinburg e Novosibirsk

O meu novo livro, “O Aleph” (publicação no Brasil em 2010 e no resto do mundo em 2011) descreve meu percurso espiritual durante a minha travessia da Ásia, em 2006. Para escrevê-lo, tive que consultar uma série de anotações que havia feito na época.



Cheguei no vagão que irá me transportar pela Transiberiana cheio de livros, pensando que teria muito tempo durante estes 9.228 km de viagem de trem. Descubro logo em seguida que é impossível escrever ou ler qualquer coisa por causa do movimento e da ausência de bons amortecedores. Tudo que me resta é pensar, anotar alguns pensamentos no momento em que paramos em uma estação.

*******

Uma das pessoas no trem me mostra uma oração que, segundo ela, foi encontrada entre os pertences pessoais de um judeu, morto num campo de concentração:

"Senhor: quando vieres na Tua glória, não te lembres apenas dos homens de boa vontade; lembra-Te também dos homens de má vontade.

"E, no dia do Julgamento, não Te lembres apenas das crueldades, sevícias, e violências que eles praticaram: lembra-Te também dos frutos que produzimos por causa do que eles nos fizeram. Lembra-Te da paciência, da coragem, da confraternização, da humildade, da grandeza de alma e da fidelidade, que nossos carrascos terminaram por despertar em nossas almas.

"Permite então, Senhor, que os frutos por nós produzidos possam servir para salvar as almas dos homens de má vontade."

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Preciso viver todas as graças que Deus me deu hoje. A graça não pode ser economizada. Não existe um banco onde depositamos as graças recebidas, para utilizá-las de acordo com nossa vontade. Se eu não usufruir destas bênçãos, vou perdê-las irremediavelmente.

Deus sabe que somos artistas da vida. Um dia nos dá formão para esculturas, outro dia pincéis e tela, outro dia nos dá uma pena para escrever. Mas jamais conseguiremos usar formão em telas, ou penas em esculturas. A cada dia, o seu milagre. Preciso aceitar as bênçãos de hoje, para criar o que tenho; se fizer isso com desapego e sem culpa, amanhã receberei mais.

****

A vida é como uma grande corrida de bicicleta - cuja meta é cumprir a lenda Pessoal.

Na largada, estamos juntos - compartilhando camaradagem e entusiasmo. Mas, à medida que a corrida se desenvolve, a alegria inicial cede lugar aos verdadeiros desafios: o cansaço, a monotonia, as dúvidas sobre a própria capacidade.

Reparamos que alguns amigos desistiram do desafio - ainda estão correndo, mas apenas por que não podem parar no meio de uma estrada; eles são numerosos, pedalam ao lado do carro de apoio, conversam entre si, e cumprem uma obrigação.

Terminamos por nos distanciar deles; e então somos obrigados a enfrentar a solidão, as surpresas com as curvas desconhecidas, os problemas com a bicicleta. E, ao cabo de algum tempo, começamos a nos perguntar se vale a pena tanto esforço.

Sim, vale a pena. É só não desistir.

Além do mais, porque se pararmos de pedalar, terminamos caindo.

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Em um dos seus raros escritos, o sábio sufi Hafik comenta a idéia da Viagem:

"Aceite com sabedoria o fato de que o Caminho está cheio de contradições. O Caminho muitas vezes nega-se a si mesmo, para estimular o viajante a descobrir o que existe além da próxima curva.

Se dois companheiros de jornada estão seguindo o mesmo método, isto significa que um deles está na pista falsa. Porque não há fórmulas para se atingir a verdade do Caminho, e cada um precisa correr os riscos de seus próprios passos.

"Só os ignorantes procuram imitar o comportamento dos outros. Os homens inteligentes não perdem seu tempo com isto, e desenvolvem suas habilidades pessoais; sabem que não existem duas folhas iguais numa floresta de cem mil árvores. Não existem duas viagens iguais no mesmo Caminho"

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Palavras do Mago!!


De amigos e conhecidos

John e as visões do inferno

"Talvez Jesus tenha enviado alguns de seus apóstolos ao Inferno para salvar almas", diz John. "Mesmo no pior dos tormentos, nem tudo está perdido".

A idéia me surpreende. Estamos conversando num dos raros bares de Los Angeles. John é bombeiro, e está em seu dia de folga.

"Por que você diz isto?", pergunto.

"Porque tenho experimentado o mesmo tormento aqui na terra. Entro no meio de edifícios em chamas, vejo pessoas desesperadas tentando sair, e muitas vezes cheguei a arriscar minha vida para salvá-las. Sou apenas uma partícula neste Universo imenso, forçado a agir como herói no meio do fogo e do desespero”.

“Se eu - que não sou nada - consigo agir assim, imagine o que Jesus não deve fazer! Com certeza, alguns de Seus apóstolos estão infiltrados no Inferno, salvando almas”.



No mosteiro de Huelgas

Diz a freira Balbas Miguel, do Mosteiro de Huelgas:

"San Juan de La Cruz nos ensina que o silêncio tem sua própria música; é o silêncio que nos permite ver a nós mesmos e as coisas que nos cercam.

“Eu gostaria de acrescentar: existem palavras que só podem ser ditas em silêncio, por mais absurdo que isso possa parecer. Os grandes gênios, para compor suas sinfonias, preci­savam de silêncio - e conseguiam transformá-lo em sons divinos. O filósofo e o cientista precisam do silêncio.

“No mosteiro, prati camos de noite o que chamamos de O Grande Silêncio. Através da ausência de conversas, conseguimos entender o que está além”.



A linguagem dos sonhos

A Austrália é, basicamente, um vasto deserto central, com cidades na costa. Embora o homem branco tenha encontrado dificuldade em desbravar o interior do país, as tribos primitivas, os aborígines, sempre conseguiram cruzar o país inteiro.

"Somos um povo que acredita em sonhos", conta Sam Watson, um aborígine. “Os anciãos de certas tribos se reúnem todas as manhãs, e discutem entre si o que sonharam na noite anterior. Só então decidem o melhor caminho a percorrer naquele dia”.

"Nunca ficamos sem água ou comida. Conseguimos, através dos sonhos de nossos feiticeiros, as mesmas coisas que o homem branco consegue com seus satélites e seus complicados aparelhos de medição geológica".



A árvore que canta

Uma leitora de meus livros me encontra numa tarde de autógrafos em Bilbao, no País Basco.

"Você sempre fala de símbolos", me diz ela. “Quero lhe mostrar um símbolo que você nunca viu".

No dia seguinte, ela vai me buscar de carro no hotel. "Não sei como isto começou", diz, “mas a lenda conta que um velho alqui mista judeu afirmou que as árvores cantavam. O prefeito da cidade disse que, se não conseguisse provar o que dizia, iria matá-lo. Desde então, todos os anos, uma árvore de Soria canta, tornando a salvar simbolicamente a vida daqueles que acham que tudo é possível”.

Chegamos a Soria, e vamos a uma praça. Aos poucos, as pessoas começam a chegar. E, de repente, uma banda de música - completa, com todos os instrumentos - sobe no gigantesco e bi-centenário olmo que existe no centro da praça. Cada músico ocupa um galho.

Sob o comando de uma batuta invisível, a árvore em Soria canta.