Sou um amante de livros, tenho verdadeira paixão por literatura. Acredito que ao ler um livro você

Sou um amante de livros, tenho verdadeira paixão por literatura. Acredito que ao ler um livro você
Sou um amante de livros, tenho verdadeira paixão por literatura. Acredito que ao ler um livro você faz uma viagem por mundos desconhecidos, mundos a serem descobertos.Este blog tem como objetivo a troca de informação literaria, a troca de conhecimento sobre livros. O blog tem em sua maxima, indicar e receber em suas paginas indicações de livros. Formando assim um forum literario de debate e incentivo a leitura. De sua sugestão, sua indicação...vamos fazer da leitura um prazer em nosso cotidiano.

domingo, 25 de julho de 2010

Opinião : Palestina em Foco فلسطينية بشرف


Khaled Meshal, líder do grupo Hamas que vive no exílio, na Síria, escreveu um artigo para o jornal inglês The Guardian (reproduzido no O Estado de São Paulo, 07/01/09) que merece de nós uma reflexão. Após denunciar a situação do povo palestino na Faixa de Gaza, – que descreveu como “encarcerado na maior prisão do mundo, isolado por terra, ar e mar, morrendo de fome, sem ter acesso nem mesmo a remédios para tratar nossos doentes”, – ele diz que “é absurdo a lógica daqueles que exigem o fim da nossa resistência. Eles absolvem de responsabilidade o agressor e ocupante – armando com as mais mortíferas armas de destruição -, enquanto culpam a vítima, o prisioneiro, aquele que vive sob ocupação”.

É claro que ele está respondendo às acusações de que Hamas, por ter disparado foguetes e morteiros contra população civil de sul do Israel, é o culpado pelo recente ataque e invasão das forças armadas de Israel na Faixa de Gaza e também das mortes de mulheres, velhos e crianças palestinas.

A sua principal argumentação está resumida no parágrafo que segue: “Nossos modestos foguetes de fabricação caseira são nosso grito de protesto endereçado ao mundo todo. Israel e os seus patrocinadores europeus e americanos querem que sejamos massacrados em silêncio. Mas nós nos recusamos a perecer silenciosamente”.

A dramática e opressiva situação em que vive a população palestina no Oriente Médio – que foi causada, logo após a Segunda Guerra Mundial, pela tentativa de solucionar a dramática situação em que vivia o povo judeu – não pode ser esquecida, silenciada ou deixada de lado. Nesse sentido, Meshal tem razão quando diz: “nós nos recusamos a perecer silenciosamente”. O último recurso da vítima é clamar contra a opressão. Aliás, a tradição judaico-cristão nasce da convicção ou revelação de que Deus escutou o clamor do povo que estava sendo oprimido na terra do Faraó.

Recusar a perecer silenciosamente é uma prova de que a dominação ainda não conseguiu tirar da vítima o seu senso de dignidade. Viktor Frankl, um judeu sobrevivente dos campos de concentração nazista, dizia que adentrar ao câmara de gás de cabeça erguida era uma forma de a vítima afirmar a sua dignidade humana, mesmo que fosse pela última vez. Porém, em um mundo complexo como o nosso, é preciso escolher bem o meio pelo qual um povo ou grupo oprimido envia ao mundo o seu grito de protesto. Pois, além da manifestação da dignidade, esse grito é também um meio de luta e, portanto, precisa contribuir na obtenção da libertação.

Eu sei que é fácil para um não-palestino, escrevendo longe das condições infra-humanas da Faixa de Gaza, falar da necessidade de pensar com cuidado as melhores formas de expressar este grito de protesto. Mas, é preciso que nós também adentremos nesta discussão porque, no fundo, estamos ligados por um mesmo espírito de luta pela liberdade e vida digna.

A pergunta que surge é: os foguetes e morteiros que atingem cidades israelenses são a melhor forma de expressar o grito de protesto e o clamor do povo palestino? A história nos mostra que Israel revida com mais violência, que gera mais sofrimento, raiva e ódio no povo palestino que, por sua vez, tenta revidar com mais violência, gerando um ciclo de violência. E quando um ciclo de violência se estabelece, os mais fortes e violentos acabam por vencer e as pessoas mais pobres e fracas são as que mais sofrem as dores e as mortes. Além disso, os defensores da política do atual governo de Israel e seus aliados usam exatamente estes foguetes como justificativa para legitimar suas ações armadas e para culpabilizar Hamas e, de um certo modo, todo povo palestino.

Quando o ciclo de violência se estabelece, as origens e as causas históricas do conflito acabam sendo esquecidas e parece que a única solução é a destruição completa do seu inimigo; como têm defendido os extremistas do lado israelense e palestino. Só que essa saída não é hoje historicamente viável, e por isso não há saída dentro da lógica do ciclo da violência-vingança-violência. Isto sem falar no problema ético da solução pelo extermínio do inimigo.

Edward Said, um grande intelectual palestino engajado na causa palestina, dizia que um dos problemas da luta do povo palestino é que não tinha logrado mostrar ao mundo duas coisas, que ele tinha aprendido com Nelson Mandela. O primeiro é mostrar ao mundo que a causa palestina, a luta pela independência ou autonomia do seu povo que lhe permitisse uma vida digna e livre, é moralmente superior do que a causa dos seus adversários. O segundo, que ela é uma causa que faz bem não somente ao seu povo, mas a toda humanidade.

Podemos discordar de métodos concretos utilizados para expressar o seu grito de protesto, mas não podemos negar aos povos dominados o direito de recusar a perecer silenciosamente.

فلسطينية بشرف

Um Palestino no Céu!! فلسطينية بشرف


Quando o líder de guerrilha palestino chegou ao céu, São Pedro disse-lhe que, devido aos diversos atos de violência que praticara na terra, ele não podia ali entrar. O líder demandou:

-Não quero entrar! Estou te dando 5 minutos para desocupar o céu!

domingo, 18 de julho de 2010

Aos Verdadeiros Amigos!


Estou muito feliz com os verdadeiros amigos me ajudando e dando força, carinho e confiança nessa época difícil. Todos sabem o quanto sou recluso, mas ainda assim me procuram pra me tirar do marasmo. O conhecimento de como as coisas se processam "do outro lado" ajuda bastante a encarar as dificuldades com resignação para, quem sabe, virar o jogo no futuro. Ninguém é inocente, ninguém é vítima. Somos todos algozes em eterno aprendizado. Eu aprendi muito nesses meses, e ainda tenho muito que aprender. A primeira lição que ficou marcada a ferro e fogo foi o desapego das coisas materiais e sentimentais. Nada é permanente. Temos que aprender a conviver com mudanças. Nem sequer nossa vida nos pertence.
Agora... Achava que o amor desafiaria essa lógica budista. Se fosse verdadeiro, o amor sobreviveria a tudo. Mas transmuta-se, como tudo nesse mundo. É preciso que o espírito compreenda o amor em toda a sua extensão, para que apreenda a sua essência, seja como o amor de uma mãe, amor de filho, de marido, ou de verdadeiros amigos...
A essência das coisas não muda, pois é Divina, como bem antevia Platão. Portanto, faça o que fizer, pense na essência. Lute para que o que você estiver fazendo sobreviva ao tempo, pois só a essência dos atos permanece. O amor é energia sutil, mas poderosa. Precisa ser trabalhada, lapidada, como uma pedra preciosa, ou pode vir a converter-se facilmente em ódio. O amor constrói, o ódio destrói. Por isso a dualidade do Deus Brahma, o criador, e sua representação em Shiva, o destruidor/transformador. São polaridades da mesma energia mental. Assim como no Zoroatrismo, hoje estamos em eterna luta com nossas metades, a "boa" e a "má", até um dia percebermos que não existe bem ou mal, e sim ação. É regra geral no universo que o que se faz tem retorno. É a colheita da qual nos falaram Jesus e Buda.
Por falar nos dois, estou andando pra baixo e pra cima com o livro Jesus e Buda - Diálogos, de Carrin Dunne. As páginas finais são uma coletânea de ensinamentos de ambos, que se interpenetram em sua sabedoria, que precedia o tempo deles, e até mesmo o nosso, onde não estamos intimamente preparados para a revelação total. Eu leio e releio esses ensinamentos, que são como bálsamo refrescante para minha alma.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Eita mundo quântico danado!!


Estava eu numa palestra sobre Hermetismo quando alguém, empolgado com as teorias do palestrante, emendou: "Isso aí é um pensamento quântico, não é?"
Estremeci dos pés à cabeça. Parece que o "vírus dos quanta" se espalhou irremediavelmente entre os esotéricos. Me sinto um pouco culpado, pois meu artigo sobre o filme Quem somos nós? é um dos mas lidos do blog, todo mês. Não, eu não mudei de idéia a respeito do filme, que continuo achando muito bom (com ressalvas, claro) pra expandir um pouco a visão para além do mundo rígido e materialista, que a física quântica nos ensina que, em certo nível, é IRREAL. Mas, pela primeira vez, procurei me colocar de fora, na pele de um apreciador do misticismo fast-food sem conhecimentos científicos, e percebi que o filme passa uma idéia bastante errônea de que os físicos quânticos estão endossando o esoterismo, quando NÃO ESTÃO!

Se perceberem bem no final do filme quem são os entrevistados, temos físicos sérios ao lado de pesquisadores amadores (como eu, sem especialização em nada), como um quiroprátrico e (acreditem se quiser) um "espírito guerreiro de 35 mil anos chamado Ramtha, canalizado no filme por J.Z. Knight". Os que fazem essa ponte (física quântica = espiritualidade) são eles, e o sentimento geral é que TODOS fizeram isso durante o filme. Infelizmente o filme foi editado de uma maneira que um dos cientistas, o professor da Columbia University, David Albert, é - segundo ele mesmo - "profundamente não-simpático a tentativas de ligar mecânica quântica à consciência", tendo explicado isso em frente às câmeras, em 4 horas de entrevista. "Se eu soubesse que seria tão radicalmente deturpado no filme, certamente não teria concordado em participar". Os realizadores do filme se defenderam em uma carta aberta, onde deixam claro o caráter de auto-ajuda do filme, especialmente na frase: "Quando nós criamos Quem somos nós?, nós procuramos apresentar aos espectadores uma visão de mundo particular - um modo de ver a vida - que é diferente do que a maioria das pessoas têm adotado. Para fazer isso, nós entrevistamos um grupo de avançados cientistas. Mas nós nunca pretendemos que nosso fime fosse uma exaustiva visão geral da física quântica". Pena isso não ter ficado muito claro no filme, que assumiu status de "documentário".

Um dos problemas de interpretação da física quântica é o efeito do pesquisador no resultado. É chamado de "observador": Na mecânica quântica, um sistema encontra-se indefinido até que um observador consciente realize uma medida, por ocasião da qual o sistema (aparentemente) "escolhe" um estado particular em que se apresentará. O problema é que o sistema pesquisado é tão pequeno, tão susceptível a interferências, que NÃO HÁ MANEIRA (até agora) de você chegar a uma estimativa precisa sem perturbar o sistema, mais ou menos como tentar localizar, lá no fundo do mar, a trajetória de um peixinho sem entrar na água. "Observador", na mecânica quântica, tem o significado de dispositivo físico que faz a medida ou a interação entre dois sistemas, e não exatamente um observador com auto-consciência. Mas especula-se academicamente que até mesmo esses dispositivos fazem parte de uma cadeia que se liga à consciência do pesquisador, que causa indiretamente o colapso (o que não deixa de ter alguma razão, mais no aspecto metafísico do que físico, mas ainda são teorias, ok? Se formos extender esse pensamento a tudo, até mesmo a sua torradeira é um "observador consciente").

Outro problema que deve ser bem esclarecido é o tal do "salto quântico", que muitos esquisotéricos usam pra tudo! Segundo uma amiga física explicou:
"Quando um elétron dá um salto quântico não significa que ele sumiu... Ele esta lá ainda!
Não é o elétron que possui energia quantizada, mas sim o estado em que se encontra, o estado que chamamos de ligado. Os elétrons, quando estão num estado ligado, como por exemplo um átomo, possuem níveis de energia certos que podem ser ocupados. No caso de um átomo esse estado ligado permite que o elétron ocupe 'órbitas' mais ou menos definidas, que chamamos de orbitais atômicos. Ou seja, eles possuem energia bem definidas, ou quantizadas. Por isso nos desenhos de átomos vemos elétrons girando em seus orbitais (que pode não corresponder à realidade, mas dá uma idéia de como os elétrons se acomodam). O salto quântico é quando esse elétron perde ou ganha energia EXATAMENTE igual a energia necessária para ele passar para outra órbita possivel. Mas deve-se lembrar que elétrons não são partículas. Não é uma bolinha que "pula" para outra órbita. Ele é algo que possui características de partícula e de onda.

No caso dos elétrons não há mudança de massa, de densidade, ou perda de temperatura com o salto quântico. Ele salta de um nível para outro - quando se encontra em estados ligados - ganhando ou perdendo um fóton (luz), mas o que muda na estrutura do elétron?? Nada! Ele não perde massa, não ganha massa, não muda de "cor", não fica mais quente...

Então não é o elétron que é quântico, mas os níveis de energia do estado ligado dele é que o são - quer dizer, estados de energia bem definidos. Por que as órbitas possiveis são quantizadas? Para garantir a conservação da energia, e é a explicação do porque o elétron não 'cai' no núcleo... Já que o núcleo possui carga positiva e exerce atração eletromagnética a carga negativa do elétron.

Um elétron livre, sem campos externos, pode assumir qualquer energia, então ele não faria salto algum..."

Dito isto, como se explicam cientificamente as "curas quânticas", "terapias quânticas" ou "qualquer-outra-coisa quântica" que pipocam por aí em cursos e comunidades esotéricas? Estariam elas lidando com energias quantizáveis? Queria eu que coisas como o Reiki pudessem ser explicadas cientificamente, mas AINDA NÃO O SÃO! E temos de viver com isso, sem precisar inventar uma explicação pseudo-científica pra convencer pessoas relutantes, mesmo que seja por uma boa causa...

Os "fenômenos" aparentemente surreais da mecânica quântica ocorrem em sistemas muito, muito pequenos. Estamos tratando aqui de elétrons. Essa mecânica funciona muito bem pra ESSES sistemas, mas falha por completo ao tentar explicar objetos MACROS, como uma folha, uma cadeira ou uma galáxia. Para isso a física clássica, previsível, ou a relativística, de Einstein, ainda funcionam muito bem. Se quiserem fazer o teste, basta cuspir pra cima num ângulo de 90º. De acordo com a física quântica, há uma probabilidade desse cuspe assumir outra direção que não o seu rosto. Façam o teste e depois me digam qual das leis está valendo na SUA realidade.

Um documentário muito mais comprometido com a ciência e que possui uma linguagem bem moderna é o The Elegant Universe (O Universo Elegante), apresentado pelo físico Brian Greene (autor do livro homônimo). O primeiro episódio, O sonho de Einstein, trata exatamente das diferenças ao tentar explicar o mundo o micro e o macro.

Quem somos nós- Parte 1


Vejam esses nomes e a biografia por trás deles: Amit Goswami, Fred Alan Wolf, Joe Dispenza, William Tiller, Jeffrey Statinover, Candace Pert, John Hagelin e David Albert, entre outros...

Agora imagine esses cobras conversando com você sobre o Universo e suas percepções. Imaginou? Esse é o filme What the bleep do we know, que chegou ao Brasil em 18 de novembro 2oo5, com o nome de Quem somos nós?, após um enorme sucesso boca-a-boca mundo afora. Esse é um daqueles filmes que não é pra ser visto entre um compromisso e outro, ou com gente conversando do lado. Ele exige atenção integral, e assim mesmo você vai querer vê-lo de novo pra poder entender melhor.

Abaixo colocarei alguns trechos diretamente retirados da legenda do filme, pra vocês terem uma idéia do potencial revolucionário que ele traz para a nossa forma de encarar o mundo:

Quanto mais se estuda a física quântica, mais misteriosa e fantástica ela se torna. A física quântica, falando de uma maneira bem simples, é uma física de possibilidades. São questões pertinentes de como o mundo se sente com relação a nós. Se existe uma diferença entre o modo do mundo nos sentir e como ele realmente é. Já parou para pensar do que os pensamentos são feitos?

Todas as épocas e gerações têm suas próprias suposições: O mundo é plano, o mundo é redondo, etc. Existem centenas de suposições que acreditamos ser verdadeiras, mas que podem ou não ser verdadeiras. Claro que historicamente, na maioria dos casos não eram verdadeiras. Se tomarmos a história como guia, podemos presumir que muitas coisas em que acreditamos sobre o mundo podem ser falsas. Estamos presos à certos preceitos sem saber disso.

É um paradoxo

O materialismo moderno tira das pessoas a necessidade de se sentirem responsáveis, assim como a religião! Mas eu acho que se você levar a mecânica quântica a sério, verá que ela coloca a responsabilidade nas nossas mãos e não dá respostas claras e reconfortantes. Ela só diz que o mundo é muito grande e cheio de mistérios.

O mecanismo não é a resposta, mas não vou dizer qual é, pois vocês têm idade suficiente para tomarem suas decisões.

Por que continuamos recriando a mesma realidade?
Por que continuamos tendo os mesmos relacionamentos?
Por que continuamos tendo os mesmos empregos repetidamente?
Nesse mar infinito de possibilidades que existem à nossa volta, por que continuamos recriando as mesmas realidades?
Não é incrível existirem opções e potenciais que desconhecemos?
É possível estarmos tão condicionados à nossa rotina, tão condicionados à forma como criam nossas vidas, que compramos a idéia de que não temos controle algum?

Fomos condicionados a crer que o mundo externo é mais real que o interno. Na ciência moderna é justamente o contrário. Ela diz que o que acontece dentro de nós é que vai criar o que acontece fora. Existe uma realidade física que é absolutamente sólida, mas só começa a existir quando colide com outro pedaço de realidade física. Esse outro pedaço pode ser a gente, claro que somos parte desse momento, mas não precisa necessariamente ser. Pode ser uma pedra que venha voando e interaja com toda essa bagunça, provocando um estado particular de existência.

Filósofos no passado diziam: "Se eu chutar uma pedra e machucar meu dedo, é real. Estou sentindo, é vívido." Quer dizer que é a realidade. Mas não passa de uma experiência, e é a percepção dessa pessoa do que é real.

Experimentos científicos nos mostram que se conectarmos o cérebro de um pessoa a computadores e scanners e pedirmos para olharem para determinados objetos, podemos ver que certas partes do cérebro sendo ativadas. Se pedirmos para fecharem os olhos e imaginarem o mesmo objeto, as mesmas áreas do cérebro se ativarão, como se estivessem vendo os objetos. Então os cientistas se perguntam: quem vê os objetos, o cérebro ou os olhos? O que é a realidade? É o que vemos com nosso cérebro? Ou é o que vemos com nossos olhos?
A verdade é que o cérebro não sabe a diferença entre o que vê no ambiente e o que se lembra, pois os mesmos neurônios são ativados.

Então devemos nos questionar, o que é realidade?

Somos bombardeados por grandes quantidades de informação que, quando entram no seu corpo, são processadas pelos seus órgãos sensoriais, e a cada passo partes da informação vão sendo descartadas. O que finalmente chega na consciência é o que serve mais à pessoa. O cérebro processa 400 bilhões de bits de informação por segundo, mas só tomamos conhecimento de 2.000 bits. E esses 2.000 bits são sobre o que está ao nosso redor, nosso corpo e o tempo.
Vivemos em um mundo onde só enxergamos a ponta do iceberg. Isso significa que a realidade está acontecendo a todo momento no cérebro, mas nós não a absorvemos. Os olhos são como lentes, mas o que realmente está enxergando é a parte de trás do cérebro. É o córtex visual, igual a essa câmera.

Você sabia que o cérebro imprime o que ele vê?

Por exemplo: essa câmera de vídeo está vendo muito mais ao meu redor do que o que está aqui, porque ela não faz objeções ou julgamentos. O filme que está passando no cérebro é do que temos habilidade para ver. É possível que nosso olhos, nossa câmera, enxergue mais do que o nosso cérebro tenha a habilidade de conscientemente projetar? Do jeito que nosso cérebro funciona, só conseguimos ver o que acreditamos ser possível.

Os padrões de associação já existem dentro de nós através de um condicionamento

Uma história incrível, que acredito ser verdadeira, conta que quando os índios americanos nas ilhas caribenhas viram as naus de Colombo se aproximarem, na verdade eles não conseguiam ver nada, pois não eram parecidas com nada que tivessem visto antes. Quando Colombo chegou no Caribe, nenhum nativo conseguia enxergar os navios, mesmo estando eles no horizonte. A razão de não verem os navios era porque não tinham conhecimento. Seus cérebros não tinham experiência de que os navios existiam.

O shamã começa a notar ondulações no Oceano. Mesmo não vendo os navios, imagina o que está causando aquilo. Então ele começa a olhar todos os dias e depois de um certo tempo, ele consegue ver os navios. E quando ele enxerga os navios, conta para todos que existem navios lá. Como todos confiavam e acreditavam nele, também conseguem enxergar.

Nós criamos a realidade, mas criamos máquinas que produzem realidade que afetam a realidade o tempo todo. Sempre perseguimos algo refletido no espelho da memória. Se estamos ou não vivendo em um grande mundo virtual, é uma pergunta sem uma boa resposta, é um grande problema filosófico. E temos que lidar com ele conforme o que a ciência diz do nosso mundo.

Como somos sempre observadores na ciência, ficamos limitados ao que o cérebro humano capta. É a única forma de vermos e percebermos as coisas que fazemos. Então é possível que isso tudo seja uma grande ilusão da qual não conseguimos sair para ver a verdadeira realidade.

Seu cérebro não sabe distinguir o que está acontecendo lá fora do que acontece aqui dentro. Não existe o "lá fora" independente do que está acontecendo aqui.

Fonte saindo da Matrix.

Quem somos nós - Parte 2



Transcrição de parte do filme Quem somos nós?

Inicialmente vamos falar do mundo sub-atômico, e depois do que nos falam ser a realidade. A primeira coisa é que o mundo sub-atômico é uma fantasia criada por físicos loucos que tentam entender o que diabos acontece quando fazem pequenas experiências com grandes energias em pequenos espaços e em curtos espaços de tempo. As coisas ficam bem inexplicáveis. A física sub-atômica foi inventada para tentar desvendar tudo isso.

A nova ciência - chamada física quântica - é sujeita a todo tipo de hipóteses, pensamentos, sentimentos, intuições, para se descobrir o que diabos está acontecendo.

A matéria não é o que pensávamos ser

Os cientistas viam a matéria como algo estático e previsível. As partículas ocupam um espaço insignificante nas moléculas e átomos. São partículas fundamentais. O resto é o vácuo. Parece que essas partículas aparecem e desaparecem o tempo todo. Para onde vão quando não estão aqui?

Essa pergunta é complicada. Vou dar duas respostas:

Nº 1: Vão para universos alternativos, onde as pessoas fazem a mesma pergunta quando elas somem e vêm pra cá: "Para onde elas foram?"

A outra envolve o grande mistério da direção do tempo. De uma certa forma, as nossas leis fundamentais da física não fazem distinção entre passado e futuro. Temos um quebra-cabeça do ponto de vista das leis da física. Por que nós somos capazes de lembrar do passado, e não temos o mesmo acesso epistemológico ao futuro?

Por que devemos pensar que nossas ações no presente afetam o futuro mas não o passado?

O fato de termos um diferente acesso epistemológico para o passado e futuro, o controle que nossas ações têm sobre o futuro mas não sobre o passado, tudo isso é tão fundamental para o modo como sentimos o mundo, que não termos curiosidade sobre isso é quase o mesmo que estarmos mortos!






A maior parte dessa bola está vazia

Na verdade a maior parte do universo está vazia. Gostamos de imaginar o espaço vazio e a matéria sólida, mas, na verdade, não tem nada na matéria, ela não possui substância! Veja um átomo. Pensamos que é uma bola sólida. Mas na verdade é esse pontinho pequeno com matéria densa no centro, cercado por uma nuvem de elétrons que aparecem e desaparecem. Mas acontece que tal descrição também não está correta. Até o núcleo, que pensávamos ser tão denso, aparece e desaparece assim como os elétrons. A coisa mais sólida que pode existir nessa matéria desprovida de substância é um pensamento, um bit de informação concentrada. O que faz as coisas são idéias, conceitos e informação.

Você nunca toca em nada. Os elétrons criam uma carga que afasta os outros elétrons antes do toque.

Ninguém toca em nada

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Cabe aqui um parêntese para que o leitor entenda melhor os pilares da física quântica. Por isso, reproduzo parte do livro Percepção e Consciência:

"Os elementos atômicos, a luz e outras formas eletromagnéticas têm um comportamento dual - ora se comportam como se fossem constituídos por partículas, ora agem como se fossem ondas que se expandem em todas as direções. E, ainda mais estranho, a natureza do comportamento observado era estabelecida pela expectativa expressa no experimento a que estavam sujeitos: onde se esperava encontrar partículas, lá estavam elas, da mesma forma como ocorria onde se esperava encontrar a onda. Era como se o esperado se refletisse na experiência. Como se poderia conciliar o fato de que uma coisa podia ser duas ao mesmo tempo, e como manter a objetividade se o tipo de experimento, e conseqüentemente a expectativa do esperado, pareciam determinar um ou outro comportamento experimental? A solução foi dada por Niels Bohr ao elaborar o princípio da complementaridade. Ele estabelece que, embora mutuamente excludentes num dado instante, os dois comportamentos são igualmente necessários para a compreensão e a descrição dos fenômenos atômicos. O paradoxo é necessário. Ele aceita a discrepância lógica entre os dois aspectos extremos, mas igualmente complemetares para uma descrição exaustiva de um fenômeno. No domínio do quantum não se pode ter uma objetividade completa...

Ruiu, assim, mais um pilar newtoniano-cartesiano, o mais básico, talvez: não se pode mais crer num universo determinístico, mecânico, no sentido clássico do termo. A nível subatômico não podemos afirmar que exista matéria em lugares definidos do espaço, mas que existem 'tendências a existir', e os eventos têm 'tendências a ocorrer'. É este o Princípio da Incerteza de Heisenberg."

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Uma partícula, que pensamos ser algo sólido, existe no que chamamos de superposição, espalhando uma onda de possíveis localizações, todas ao mesmo tempo. E quando você olha, ela passa a estar em apenas uma das possíveis posições.

O mundo tem várias formas de realidade em potencial, até você escolher a que quer. Pode-se estar em muitos lugares ao mesmo tempo, experimentando várias possibilidades, até elas convergirem para apenas uma.

Como um objeto pode ter dois estados ao mesmo tempo?

Em vez de pensarmos nas coisas como possibilidades, temos o hábito de pensar que as coisas que nos cercam já são objetos que existem sem a minha contribuição, sem a minha escolha. Você precisa banir essa forma de pensar; tem que reconhecer que até o mundo material que nos cerca - as cadeiras, as mesas, as salas, os tapetes - não são nada além de possíveis movimentos da consciência. E eu estou escolhendo momentos nesses movimentos para manifestar minha experiência atual. É algo radical que precisamos compreender, mas é muito difícil, pois achamos que o mundo já existe independente da minha experiência.

Mas não é assim, e a física quântica é bem clara.

O próprio Eisenberg, depois da descoberta da física quântica, disse que os átomos não são objetos, são tendências. Em vez de pensar em objetos, você deve pensar em possibilidades.

Tudo é possibilidade subconscientemente!

Agora você pode ver em inúmeros laboratórios pelos EUA objetos que são suficientemente grandes para serem vistos a olho nu, e que estão em dois lugares simultaneamente. Pode-se até tirar uma foto disto. Suponho que se você mostrasse essa foto, as pessoas diriam "Legal, posso ver essa luz colorida, um pouco ali, um pouco aqui... é a foto de dois pontinhos, o que tem demais? Estou vendo duas coisas."

Não! É uma coisa só, em dois lugares ao mesmo tempo!

Acho que as pessoas não se impressionariam, pois acho que elas não acreditam. Não que digam que sou mentiroso, ou que os cientistas estão confusos. Acho que é tão misterioso que não dá para compreender o quão fantástico é. Todos viram Jornada nas Estrelas e o tele-transporte, então se perguntam "Mas e daí, o que isso quer dizer?" Mas temos que parar e pensar no que isso realmente significa. É o mesmo objeto e ele está em dois lugares ao mesmo tempo!

As pessoas trabalham, se aborrecem, almoçam, vão para casa e vivem a vida como se nada de especial estivesse acontecendo, pois é assim que se acostumaram; mas existe essa incrível mágica bem na sua frente.

A física quântica calcula apenas possibilidades.

Mas se aceitarmos isso, a questão passa a ser: que escolha temos que fazer dentre as possibilidades para iniciarmos o evento da experiência? Então vemos diretamente que a consciência tem que estar envolvida.

O observador não pode ser ignorado

Sabemos o que um observador faz no ponto de vista da física quântica, mas não sabemos quem e o que o observador é na verdade.

Temos tentado encontrar uma resposta.

Entramos na mente, usando todos os recursos que temos para acharmos algo que possa ser o observador. Mas não achamos nada no cérebro. Nada na região do córtex. Nada no subcórtex. Não identificamos um observador lá. Mas mesmo assim temos a sensação de sermos tais observadores, observando o mundo lá fora.

Seria esse o observador?

E por que é tão complicado entender esse mundo louco e estranho de partículas quânticas e o modo como reagem?

Esse seria então o observador?

Para mim o observador é o espírito que está dentro da nossa roupa biológica. É como o "fantasma na máquina". É a consciência que está dirigindo o veículo e observando os arredores. São uma camada interior da nossa roupa biológica, dotada de todos os tipos de sistemas para captarem assinaturas ao seu redor.


Washington D.C.

Chamada de "a capital do mundo em assassinatos", essa cidade recebeu um grande experimento no verão de 1993. Quatro mil voluntários vieram de 100 países para uma meditação coletiva durante longos períodos do dia. Segundo o FBI, isso faria com que os crimes violentos caíssem em 25% naquele verão em Washington. O chefe de polícia foi à televisão dizer que o crime só diminuiria em 25% se "nevasse no verão".

No final a polícia se tornou colaboradora e autora desse estudo, pois o resultado foi uma queda de 25% nos crimes em Washington.

Isto poderia ser previsto com base em 48 estudos anteriores que já haviam sido feitos em menor escala. É algo que nos leva a imaginar que as pessoas estão afetando a realidade que vemos.

Muitas pessoas não afetam a realidade de forma consistente porque não acreditam que possam. Elas escrevem uma intenção e depois a apagam, pois acham que é tolice.

"Não consigo fazer isso"

Escrevem de novo e apagam. Isso tem um efeito muito pequeno, pois elas não acreditam que possam fazer isso.

Se você acreditar com todo seu ser que pode andar sobre a água, isso acontecerá.

É como pensamento positivo, que é um conceito maravilhoso. Mas geralmente temos uma névoa de pensamento positivo, cobrindo uma enorme massa de pensamento negativo.

Pensar positivo apenas disfarça o nosso pensamento negativo.

Quando pensamos em objetos, tornamos a realidade mais completa do que realmente ela é. É aí que você fica preso. Ficamos presos na uniformidade da realidade, pois se ela é completa eu sou insignificante, não posso alterá-la. Mas, se a realidade é minha possibilidade - possibilidade da própria consciência - imediatamente perguntamos como podemos alterá-la, torná-la melhor, mais alegre.

É uma extensão da nossa imagem.

Nos pensamentos antigos, não podíamos mudar nada, pois não tínhamos papel na realidade. Ela já estava lá, feita de objetos que se moviam de acordo com leis. A matemática determinava como reagiriam em determinada situação. Nós não tínhamos papel algum.

Na nova visão a matemática nos mostra as possibilidades das reações que os objetos podem ter, mas não nos dá a experiência real que teremos na consciência.

Eu que escolho tal experiência: Dessa forma eu crio minha própria realidade.

Pode parecer uma afirmação bombástica de alguém sem nenhum conhecimento de física, mas a física quântica está nos dizendo isto. Existem literalmente diferentes mundos onde vivemos. Há o mundo microscópico que vemos, o mundo das nossas células, o mundo dos nossos átomos... Eles possuem sua própria linguagem, sua própria matemática. E não são apenas pequenos. Cada um é totalmente diferente, mas se complementam, pois eu sou meus átomos, mas também sou minhas células. A minha fisiologia microscópica é verdadeira, só que em diferentes níveis. O nível de verdade mais profundo, descoberto pela ciência e filosofia, é a verdade fundamental da unidade.

No nível subnuclear mais profundo da nossa realidade, você e eu somos um só.